sábado, 20 de junho de 2009

participação na SFRA 2009, Atlanta, GA, USA


De 9 a 17 de junho deste ano participei do Encontro Anual da Science Fiction Research Association (SFRA), realizado com apoio do Georgia Institute of Technology (GeorgiaTech) no Hotel Midtown em Atlanta, GA, EUA. O tema do encontro deste ano foi Engineering the Future and Southern-Fried Science Fiction and Fantasy. Apresentei comunicação com o título “Exploring Realism in SF cinema: a focus on Children of Men”, que corresponde a parte de minhas atuais preocupações com respeito ao emprego de técnicas realistas no cinema de ficção científica. Como de costume (participo dos encontros e sou membro da SFRA desde 2007), o evento foi bastante produtivo, com rica troca de informações entre os participantes.

No próximo encontro, na cidade de Carefree, Arizona, em junho de 2010, provavelmente serei responsável por uma mostra internacional de curtas de ficção científica. Pensei em programar algo com o título “Just a matter of time”, para incluir uma seleção de filmes sobre viagens no tempo, como La Jetée (1962), de Chris Marker, Barbosa (1988), de Jorge Furtado, Loop (2002), de Carlos Gregório, O Fim (1975), de Elie Politi, Palíndromo (2001), de Phillipe Barcinski, e outros.

Devo comentar também que fui convidado a integrar o júri do Mary Kay Bray Award, prêmio concedido ao melhor texto (artigo, entrevista ou resenha) publicado na SFRA Review (http://www.sfra.org/review).

Mas a melhor notícia talvez seja mesmo a aceitação de minha proposta de realização da SFRA 2014 no Brasil, em São Paulo ou Juiz de Fora. Para isso precisaremos de uma equipe de cerca de cinco pessoas, pelo menos, para cuidar da organização local. Se a escolha for Juiz de Fora, tenho certeza de que o Inst. de Artes e Design da UFJF e o MAMM têm plenas condições de acolher o evento. Além disso, estou certo de que a infra-estrutura hoteleira de Juiz de Fora também oferece condições para a realização do encontro internacional. Seria a primeira edição da SFRA no hemisfério sul. E temos cerca de quatro anos para cuidar disso.

Com respeito a Atlanta, vale dizer que se trata de uma cidade americana de grande porte, com muitos contrastes e, aparentemente, muito ciosa de seu passado e seu futuro. A história da cidade convive em aparente harmonia com seu cotidiano. Isso pode ser verificado na arquitetura, bem como nas atrações oferecidas. Atlanta é a cidade natal de Martin Luther King (e onde o ativista foi sepultado) e de Margareth Mitchell, autora de Gone with the Wind, o romance que deu origem ao famoso filme com Vivien Leigh e Clark Gable. A história de Atlanta pode ser resgatada em lugares como o Margareth Mitchell Museum, em Midtown, ou o Museu da Coca-Cola (Atlanta abriga o quartel-general da empresa), no centro da cidade. O Memorial Martin Luther King, na região leste, também conserva parte do patrimônio histórico da cidade. O presente e o futuro podem ser contemplados nos estúdios da CNN ou na skyline do centro financeiro.

Sobre o Georgia Institute of Technology, vale dizer que se trata de uma das mais – senão a mais – importante instituição de ensino superior da Georgia. Popularmente conhecido como GeorgiaTech (ou simplesmente GT), a universidade incorpora um bom número de laboratórios de alta tecnologia e aparenta grande preocupação com a pesquisa de ponta e a inovação. Como de costume nos EUA, empresas privadas investem em pesquisa na universidade. Exemplo é o laboratório financiado pela Ford.
Visitei a Biblioteca Central da GT e a School of Literature, Communication and Culture, onde a atual presidente do SFRA, Dra. Lisa Yaszek, leciona. Na Biblioteca encontrei um laboratório multimídia muito bem equipado e aconchegante, com diversos computadores Apple e PC, tanto para consulta de acervo quanto para realização de trabalhos específicos. Constatei a presença, em meio a esses equipamentos, de duas pequenas ilhas de edição com CPU, VCR, DVD, Super-VHS e Mini-DV players/recorders. Estavam constantemente ocupadas por alunos que faziam trabalhos em audiovisual. A poucos metros dali, um acervo de DVDs não muito grande, porém muito bem selecionado, compreendia títulos como os volumes do Treasures from American Film Archives e a coleção Unseen Cinema, entre várias outras obras de origem internacional. Bastava escolher um ou mais títulos e levar a(s) caixinha(s) ao funcionário da videoteca, que emprestava os DVDs para visionamento numa espécie de lounge bem confortável. Assisti a alguns filmes nesse lounge usando meu próprio notebook.

Este é um resumo de minhas experiências e impressões de Atlanta e da GeorgiaTech, as quais gostaria de dividir com a comunidade do IAD-UFJF no sentido de contribuir para o constante crescimento e melhoria de nossa infra-estrutura e sistema de trabalho. Desde já coloco-me à disposição para discutir este assunto em maior profundidade com alunos, funcionários e professores.

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